sábado, 17 de março de 2018

Correios da PB negam registro de roubo de munições usadas na morte de Marielle Franco

Os Correios da Paraíba nunca foram notificados sobre o suposto roubo de uma carga de munição da Polícia Federal em 2006. Foi o que informou a assessoria de comunicação da instituição, que não confirma e nem nega que o roubo tenha ocorrido, mas sustenta que não há registro do caso.

Após uma perícia indicar que as balas que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) faziam parte do lote UZZ-18, vendido à Polícia Federal de Brasília em 2006, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (16) que a munição foi roubada da Polícia Federal há muitos anos.

Segundo ele, um dos roubos aconteceu nos Correios da Paraíba e outro foi cometido por um escrivão na Superintendência da PF do Rio de Janeiro, que já responde inquérito pelo crime. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Apesar de os Correios sequer terem registro do suposto roubo, Jungmann afirma que a PF já abriu mais de 50 inquéritos ao longo dos anos por conta desta munição desviada. Um dos casos mais conhecidos, disse ele, é de uma chacina em Osasco, que foi cometida com o mesmo lote de munição. Na ocasião, 23 pessoas foram assassinadas, em agosto de 2015.



O ministro disse que a PF já designou um especialista em impressões digitais e DNA para fazer exame na munição e vai confrontar os dados para ver se descobre a autoria do crime. A investigação, no entanto, terá um complicador adicional. A Polícia Federal não tem o registro completo da munição que cada policial recebe ao longo da carreira, segundo disse à reportagem um dos mais experientes delegados da área.

Caso Marielle

A vereadora foi assassinada a tiros na noite de quarta-feira (14) após deixar o evento ‘Jovens Negras Movendo as Estruturas’, na Lapa. O crime aconteceu por volta das 21h30, próximo à prefeitura do Rio de Janeiro. O motorista que estava com ela, Anderson Pedro Gomes, também foi morto na ação. Eles estavam acompanhados da assessora da vereadora, que foi atingida por estilhaços, mas sobreviveu.

* Com informações de Bárbara Wanderley, do Jornal Correio da Paraíba

Nenhum comentário:

Postar um comentário