sábado, 1 de julho de 2017

Pianista de Guarabira representa a América Latina no Festival de Jazz de Montreux 2017

O pianista paraibano Salomão Soares, de 27 anos, vai concorrer ao título de melhor pianista na edição 2017 do Festival de Jazz de Montreux, que começa nesta sexta-feira (30), na Suíça. Nascido em Guarabira, no Agreste, criado em Cruz do Espírito Santo, na zona da Mata e com carreira musical radicada em São Paulo, Salomão é o único brasileiro e latino-americano entre os dez semifinalistas da competição de piano solo, que vai ser realizada dentro do festival nos dias 2 e 3 de julho.
Segundo o artista, a seleção por parte da comissão do evento foi feita por meio da análise curricular e da audição de composições autorais. “Houve uma inscrição e eles pediram duas músicas minhas. Uma delas, chamada ‘Boizinho Universal’, é bem brasileira. Ela mistura ritmos que saem do bumba-meu-boi e passeia pelo frevo e pelo forró”, explica Soares.

Ao ser selecionado para competir no festival, o músico e arranjador explica que ficou surpreso. “Por ter o nome de jazz, eu achei que teria mais limites na questão do estilo da música, mas descobri que é bem mais amplo, é o jazz no sentido da improvisação e isso torna o festival rico. Estou feliz em poder mostrar o som do Brasil, o som que eu acredito, sem ter que me moldar a nenhum estilo”, explica.
Influência nordestina


Salomão Soares comenta que a maior parte das composições próprias são influenciadas por artistas nordestinos, que desde criança ouvia em festas de família e em casa. “A maior parte da minha vida se deu no nordeste, especificamente no Agreste e Mata paraibana. Nasci em Guarabira, morei meses em Belém, a cidade dos meus pais, e depois fui para Serraria e enfim Cruz do Espírito Santo, sempre tive contato com isso, com o forró, o frevo”, diz.
Entre as influências citadas por Salomão, estão Sivuca, Dominguinhos, Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, brasileiro que também participou do mesmo festival que o pianista vai competir. “Hermeto tem esse conceito da música universal, música sem rótulos, onde mistura tudo, pode ter frevo, forró, samba, tudo numa coisa só. E é isso que eu faço e que defendo e apresento para o público”, completa.

G1

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