domingo, 23 de outubro de 2016

Mulher vence câncer após perder pai, mãe, marido e irmão para a doença

A luta contra o câncer da costureira aposentada Maria Salete, 74 anos, começou antes mesmo dela ser diagnosticada com a doença. A aposentada perdeu um marido, a mãe, o pai e um irmão que morreram por câncer, além de ter duas irmãs e uma sobrinha que também estão enfrentando cânceres atualmente. Ela teve câncer de mama há dois anos, e mesmo com as perdas, a aposentada sempre acreditou na cura e hoje pode dizer: “Eu venci o câncer”.

Maria Salete nasceu em Campina Grande e foi criada no bairro Santo Antônio. Depois ela se mudou para o bairro São José, quando aos 17 anos se casou, com o marido de mesma idade.
Aos 33 anos, o companheiro morreu de câncer na próstata. Ela diz que na época não havia campanhas de prevenção e ele descobriu a doença tarde demais.
“Ele era motorista, e não se cuidava. Ele estava viajando e chegou na minha casa com hemorragia e dessa hemorragia já estava no estágio final [do câncer]. Ele não chegou nem a fazer a cirurgia, porque não tinha mais jeito, já estava avançada”, conta. O marido morreu pouco mais de seis meses após a descoberta. O casal teve dois filhos.
Outros parentes de Maria Salete que morreram de câncer também sofreram pela falta de técnicas avançadas para o tratamento, na época. “Sabemos que ainda há muito o que se avançar, mas hoje as coisas são muito boas em relação antigamente”, disse a costureira. A vida de Maria Salete seguiu e, aos 41 anos, ela casou de novo e teve mais três filhos. O segundo marido morreu há 10 anos por insuficiência nos órgãos.

Descoberta do câncer
Viúva duas vezes, e com cinco filhos, Maria Salete descobriu um câncer de mama em 2014.


“Eu fui fazer a mamografia e descobri que eu estava com um nódulo. Eu achei que não era nada demais, mas quando fui a médica, ela me pediu exames, que apresentaram, e disse que era um câncer. Esse dia pra mim foi horrível, quando ela olhou pra mim e disse: 'Salete, você está com câncer'. O chão afundou. Fiquei desesperada, chorei muito, mas minha família maravilhosa me deu muita força e hoje eu estou aqui contando minha vitória, feliz da minha vida”, disse ela.

O tratamento durou um ano com quimioterapias, radioterapias e cirurgia, fazendo a doença ser vencida. “A quimioterapia é muito ruim, é muito forte, mas a gente sente uma melhora e sabe que é para a recuperação. Caiu meu cabelo e fiquei careca. Hoje estou com meus cabelos lindos e maravilhosos de novo. E eu espero que nenhuma das minhas amigas, venha a pensar que o câncer não tem cura. Um dia uma amiga chegou pra mim e disse que o meu câncer não teria cura e isso não é verdade”, destacou ela
Ajudando outras vítimas
Este ano Maria Salete começou a fazer parte da Organização Não Governamental (ONG) Mulheres de Peito e é um dos exemplos de que o câncer de mama tem cura.
“Eu espero que todas as mulheres façam o que eu faço, procurem um médico, façam todo ano autoexame de mama, façam mamografia", destacou.
A aposentada foi uma das participantes do desfile beneficente realizado por mulheres que estão fazendo ou que já terminaram o tratamento contra o câncer de mama, em Campina Grande. O evento foi promovido pela ONG Mulheres de Peito e o dinheiro arrecadado com a venda dos ingressos vai ser usado para a reforma da sede, na cidade. “Participar do desfile é um prazer. E participo para mostrar que tem cura”, frisou Maria.

G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário